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  • Foto do escritorWaldemar Falcão

Paranormalidade e Astrologia - Série - Episódio 6/6: Célia do Carmo

Por conta do meu eterno interesse nos fenômenos da paranormalidade e da mediunidade, achei que valeria a pena compartilhar com vocês os resultados dessa permanente pesquisa que faço, colecionando mapas astrológicos de paranormais e procurando pontos em comum entre eles.


Do ponto de vista da Astrologia, os chamados “planetas modernos” (Urano, Netuno e Plutão) são os que imprimem marcas mais profundas em todos nós, ao mesmo tempo em que são chamados de “planetas geracionais” pelo fato de ficarem longos períodos percorrendo cada signo: Urano demora sete anos para passar em cada morada zodiacal; Netuno demora quatorze anos para fazer o mesmo trajeto, e Plutão, por ter uma órbita mais elíptica, se alterna entre passagens zodiacais que duram quinze anos e outras que podem durar até trinta. Todos eles, por conta desta característica geracional, não imprimem em nós características individuais.


Para tentar sintetizar o papel de cada um deles no nosso mapa astrológico, vamos utilizar algumas palavras-chave: - Urano é a intuição súbita, o relâmpago, o raio, o chamado “insight” (a visão interior).

- Netuno é o sonhador, o criativo, o sensitivo, o médium, o paranormal, aquele que se conecta facilmente com outras dimensões da existência.

- Plutão é o mergulho profundo dentro de nós mesmos, a percepção do que não foi dito, o oculto, a morte e o renascimento, a transmutação.


Embora todos os três possam nos gerar percepções e experiências que vão além dos nossos cinco sentidos habituais, Netuno — regente do signo de Peixes e da Casa 12 — é o planeta que sempre vamos encontrar colocado em destaque no mapa de médiuns, paranormais e espiritualistas, principalmente em aspectos marcantes com Sol, Lua, Mercúrio, Vênus e Marte (os chamados “planetas pessoais”), além dos quatro ângulos (Ascendente, Descendente, Meio do Céu e Fundo do Céu).


Nesta pesquisa que venho fazendo durante toda a minha vida, colecionando mapas de pessoas com dons paranormais, sempre percebo a presença de Netuno fazendo esta conexão com dimensões que não são visíveis para nós e dotando essas pessoas de capacidades inusitadas e impressionantes. Assim sendo, vão ser disponibilizados aqui os mapas astrológicos de seis dos paranormais com quem tive a oportunidade de conviver e que acabaram me motivando a escrever um livro sobre eles: “Encontros com médiuns notáveis” (Editora Best Seller, 2005, RJ - 6ª edição). No entanto, neste blog o texto é mais detalhado do que na publicação original, já que se destina a vocês que se interessam um pouco mais pela linguagem do simbolismo astrológico.

Vamos conhecer o sexto mapa, de Célia do Carmo, aquela que era considerada "a maior médium do mundo" por Chico Xavier.

 
 

No mapa de Célia, temos mais uma vez Netuno destacado no signo de Leão, formando uma oposição a Mercúrio em Aquário como no mapa de Nazaré, simbolizando a capacidade de comunicação entre diferentes planos de existência. Netuno formava também um trígono com a Lua, reforçando ainda mais sua sensitividade e fazendo com que o próprio Chico Xavier a considerasse “a maior médium do mundo”. O Sol em Aquário de Célia também se encontrava em oposição a Netuno, fortalecendo o seu dom paranormal. O fato mais comum nas suas reuniões de psicografia era o recebimento de dados pessoais, como endereços, telefones, números de processos e documentos, muitas vezes desconhecidos até dos parentes que recebiam as mensagens.


A ênfase aquariana deste mapa explica a inclinação de Célia pela visão científica de todos os fenômenos ditos paranormais: Aquário é o signo da ciência, do racional, do coletivo, do grupal. Sua atração pela física e pela mecânica quânticas, aprendizado recebido por meio de sua precisa mediunidade, e sua resistência a aderir a grupos religiosos — mesmo os espíritas — reforça estas características contestadoras e visionárias da sua concepção da questão espiritual. Uma de suas frases mais repetidas era: “eu prefiro o mundo lógico ao mundo mágico”. Os signos de ar, como Aquário (Libra e Gêmeos também fazem parte desta tríade) funcionam basicamente através do racional e do lógico.


Aquário é também um signo que não gosta de estar sob a luz dos refletores, prefere o anonimato da multidão, do coletivo. Célia afirmava que tinha um pacto de anonimato com seus mentores espirituais e nunca se permitiu aparecer em meios de comunicação de massa. Recebia os repórteres com toda civilidade, conversava muito com eles, e no final pedia que não falassem sobre ela ou sobre seu trabalho nos seus veículos de comunicação. Muitos, além de respeitarem seu pedido, tornaram-se amigos pessoais dela, como o saudoso Augusto César Vanucci e o repórter Domingos Meirelles.


A Lua, colocada na Casa Oito do mapa e no signo de Sagitário, também formava uma quadratura com Urano, o regente de Aquário, reforçando seu temperamento rebelde, e acabava deixando nesta receita uma pitada de religiosidade, por conta da natureza básica do Sagitário, voltado para a metafísica, a filosofia e as religiões. Afinal, seu trabalho era todo realizado numa casa que, embora se intitulasse eclética, abria espaço para várias manifestações espiritualistas, na medida em que lá eram desenvolvidos trabalhos nas linhas de umbanda, kardecismo e orientalismo. Célia incentivava e estimulava todas estas manifestações, embora permanecesse sempre se dizendo uma “aprendiz de universalista” e “sem religião”. Uma rebelde, como costumam ser as pessoas nascidas sob o signo de Aquário...

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